500 vezes mais forte que heroína, nova droga se alastra nos EUA e Inglaterra

Opióide 2-benzilbenzimidazol é 500 vezes mais forte que a heroína e causa aumento de overdoses e mortes

Por Da redação | www.portalalagoasnt.com.br 22/03/2024 - 11:35 hs
Foto: Fatih Aktas/Anadolu Agency via Getty Images


Nos últimos anos, as comunidades ao redor do mundo têm enfrentado os desafios do abuso de drogas como fentanil e oxicodona. No entanto, surge agora uma nova substância mortal nas ruas: o nitazeno. Conhecido por ser 500 vezes mais forte que a heroína, esse opióide 2-benzilbenzimidazol tem causado preocupação entre autoridades e especialistas devido ao seu potencial de dependência.

 

 

Agências de controle de medicamentos nos Estados Unidos, Reino Unido e em outros países da Europa têm relatado um aumento no número de overdoses e mortes associadas ao uso de nitazeno, que supera até mesmo a potência do fentanil. Há indícios de que a substância esteja sendo misturada a outras drogas, como heroína, fentanil e até mesmo maconha.

 

Desenvolvido nos anos 1950 como um opióide analgésico, o nitazeno é uma classe de mais de 20 compostos químicos sintéticos. No entanto, nunca foi aprovado para uso médico ou veterinário. Essas substâncias sintéticas são fabricadas artificialmente, diferentemente de drogas como heroína ou maconha, que são produzidas naturalmente.

 

 

Os primeiros registros do uso ilícito de nitazeno datam de 2019 nos EUA, Reino Unido e nos Bálcãs, embora seja associado a mortes ocorridas na Rússia desde 1998. A substância é considerada uma substância psicoativa, ou seja, afeta processos mentais como percepção, consciência, cognição, humor e emoções.

 

O risco de overdose é particularmente alto com o uso do nitazeno. Evidências sugerem que a substância está sendo misturada a outras drogas ilícitas como forma de reduzir os custos de produção. Isso faz com que os consumidores muitas vezes utilizem nitazeno inadvertidamente, sem estar cientes dos riscos envolvidos. Além disso, a dosagem adequada torna-se um desafio, uma vez que os usuários não sabem ao certo a quantidade do composto que estão consumindo.

 

A dependência do nitazeno é um tema complexo de se analisar, pois envolve diversos fatores biológicos, psicológicos e sociais. No entanto, estudos indicam que o composto é significativamente mais potente do que substâncias como a morfina, sendo o isotonitazeno 500 vezes mais potente e o etonitazeno mil vezes mais forte.

 

O nitazeno interage com receptores de opioides no cérebro e no sistema nervoso, causando efeitos terapêuticos, como alívio da dor, mas também efeitos indesejados, como dependência, vício, tolerância e sintomas de abstinência.

 

Diante desse cenário preocupante, autoridades e especialistas estão em alerta para combater o uso e o comércio ilegal do nitazeno, além de promover a conscientização sobre os riscos envolvidos. A segurança e o bem-estar das comunidades são prioridades nessa luta contra mais uma substância mortal que assola as ruas.